(...) Os dragões anónimos são especiais. São dragões bairristas, quer dizer, nascem nos bairros, moram nos bairros...
...Os dragões anónimos correm o país de lés-a-lés...
...não esmorecem...
...são persistentes...
...fazem da bandeira símbolo e estandarte de determinada ideia de "naçom". Porque, para eles, no verdadeiro, profundo e duplo sentido da palavra, o Porto é (continua a ser) uma "naçom"...
...Estes dragões anónimos estão despertos. São criativos...
...elegeram as cores do céu e do mar para cores oficiais das suas vidas...
...desenham sentimentos na proa dos barcos da Afurada e colam corações nos vidros das janelas...
...estes dragões anónimos são insubstituíveis. São rostos da cidade que se confunde, nos afectos, com o clube, os campeonatos e as taças. Que se confunde com as paixões e orgulho de viverem num espaço habitado de significados. estes dragões anónimos ajudam a construir vitórias de um clube; mas não ficam por aí: são tripeiros e sabem-no. Afirmam-no. Sentem o que são e ajudam, com tal sentimento, a manter vivo, à sua maneira, um certo carácter da cidade. Aferrodoamente. Assim:

Ó meu Porto,
Eu te amo,
Meu Porto.
És a alegria
Desta tão linda cidade
Onde nasci.
Ó meu Porto,
Eu te amo,
Meu Porto.
tanto orgulho
Que estou sentindo
por ti.

(Poema de Carlos Bessa)​